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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Contém glúten




Basta correr os olhos pela embalagem de um produto alimentício industrializado para constatar, junto às informações nutricionais, se ele contém ou não glúten. De acordo com a Lei Federal nº 10.674, de 2003, todas as empresas que produzem alimentos precisam fazer constar essa informação nos rótulos, obrigatoriamente, para evitar que as pessoas que sofrem de intolerância ao glúten (proteína presente no trigo e em seus derivados) o consumam, o que pode trazer sérios riscos à saúde. De acordo com o gastroenterologista Ricardo Corrêa Barbuti, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, qualquer quantidade de glúten consumida por um celíaco (pessoa que não tolera a proteína) pode fazer muito mal. “A intolerância ao glúten, chamada de doença celíaca, é definida como uma inflamação do intestino delgado (fino), induzida pelo glúten e seus derivados, tais como trigo, cevada (malte), centeio e a aveia. Esta última ainda em discussão. As complicações englobam prejuízos à qualidade de vida, desnutrição generalizada ou específica, e até mesmo câncer intestinal”, adverte o médico. Normalmente, o problema se manifesta durante a infância, como diarreia crônica, perda de peso e flatulência (eliminação excessiva de gases intestinais). “Contudo, como os sintomas são os mais variados possíveis – desde dores abdominais, constipação, irritabilidade, alterações neurológicas, osteoporose, infertilidade até gordura no fígado –, muitas vezes, fica difícil o diagnóstico preciso”, diz Barbuti. Segundo o gastroenterologista, o tratamento é basicamente dietético, devendo-se cortar em 100% produtos que contenham glúten. “O celíaco que não responde à dieta pode apresentar problemas mais graves, como o já citado linfoma intestinal, por isso, o acompanhamento médico é indispensável”, conclui.

Por Ivonete Soares


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